Vocês devem estar acompanhando nos noticiários a passagem do furacão Debby pela Flórida e os estragos que ele tem causado no estado.

A passagem de um furacão ou tornado sempre preocupa quem está viajando para a Flórida pela primeira vez, especialmente durante este período.

Por isso mesmo, decidi reunir neste post tudo o que você precisa saber sobre a temporada de furacões para que isso não afete sua programação de férias.

Afinal, nada mais chato e frustrante do que ficar meses planejando sua viagem e, de repente, ser pego de surpresa por um evento da natureza, não é mesmo?

TEMPORADA DE FURACÕES: QUANDO ACONTECE?

A temporada de furacões vai do início de junho até o final de novembro, atingindo seu pico entre agosto e meados de outubro.

Caso você tenha viagem marcada para a Flórida durante este período, vale a pena acompanhar a previsão do tempo e se manter informado sobre furacões e tempestades tropicais no site do Centro Nacional de Furacões (NHC) dias antes da sua viagem. O NHC é o órgão americano responsável por todo o monitoramento climático americano.

Mas não se preocupe. Mesmo que haja previsão de um furacão ou uma tempestade durante o período, não é necessário sair cancelando sua viagem, ok?

E vou te explicar o porquê.

A Flórida é conhecida por “Sunshine State” (Estado do Sol), ou seja, faz sol durante todo o ano. Estima-se que sejam, pelo menos, 250 dias ensolarados ao longo do ano!

Orlando está localizado na região da Flórida Central e está distante da região costeira onde surgem os furacões (Oceano Atlântico e Golfo do México). Por este motivo, os furacões acabam perdendo sua intensidade quando se deslocam sobre a terra.

Assim, ao chegar em Orlando, sua força já foi significantemente reduzida, muitas vezes, não passando de uma tempestade tropical.

Embora a Flórida seja uma das regiões mais atingidas por furacões nos Estados Unidos, muitos deles seguem rotas que os levam a contornar ou atingir áreas costeiras mais diretamente. Isso faz com que Orlando, no interior do estado, seja menos frequentemente afetada em cheio.

Isso não significa, entretanto, que a cidade não sofra os impactos.

Mas é válido ressaltar que ela está totalmente preparada para estes eventos da natureza.

MAS… E OS PARQUES?

Orlando é considerada uma das cidades mais seguras contra furacões na Flórida, segundo dados divulgados pela NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional), instituição ligada ao governo que administra ambientes costeiros e marinhos americanos e é responsável por emitir os avisos e alertas das previsões meteorológicas por meio do Serviço Nacional de Meteorologia.

Não é a toa que a Disney e a Universal investiram – e ainda investem! – milhões e milhões de dólares em seus parques.

Só para você ter uma idéia, desde que foi inaugurada, em 1971, a Walt Disney World fechou seus parques apenas 9 vezes, não por consequências do furacão, mas atendendo conselhos das autoridades por precaução, para garantir a segurança de visitantes e funcionários.

Veja aqui as datas em que a Disney fechou seus parques:

1 – Furação Floyd (1999): os parques ficaram fechados por um dia.

2 – Furacão Charley (2004): os parques ficaram fechados por um dia.

3 – Furacão Frances (2004): os parques ficaram fechados por dois dias.

4 – Furacão Jeanne (2004): os parques ficaram fechados por um dia.

5 – Furacão Matthew (2016): os parques ficaram fechados por um dia.

6 – Furacão Irma (2017): os parques ficaram fechados por dois dias.

7 – Furacão Dorian (2019): os parques ficaram fechados parcialmente por um dia.

8 – Furacão Ian (2022): os parques ficaram fechados por dois dias.

9 – Furacão Nicole (2022): os parques ficaram fechados por um dia.

Uma das vantagens de viajar para Orlando neste período é que é considerado baixa temporada e, portanto, os preços das passagens aéreas e hospedagem de hotéis acabam sendo um pouco mais baixos.

Portanto, fique tranquilo. Mesmo que haja previsões de chuva em Orlando durante sua estadia, ainda assim, é possível se divertir na cidade. Há muitas atrações que você e sua família poderão fazer em dias de chuva.

O QUE FAZER EM CASO DE FURACÃO

Ao contrário de outros desastres naturais, como os terremotos que acontecem repentinamente, os furacões podem ser detectados com antecedência, desde a sua formação no oceano até ganharem força, o que leva alguns dias.

Por isso, como mencionei acima, é possível ir acompanhando as informações no site da NHC.

Mas saiba que os Estados Unidos estão sempre investindo em medidas de prevenção para evitar possíveis tragédias e as autoridades são muito preparadas e organizadas em relação a isso, fornecendo alertas, orientações e, em casos extremos, procedimentos de evacuação.

Estando em solo americano, você será notificado via celular caso haja algum alerta de furacão ou tempestade em sua região. Portanto, fique atento a estas notificações e siga à risca as orientações das autoridades.

Mas como serei notificado? Preciso instalar algum aplicativo ou mexer nas configurações do meu celular? Não!!! Estes serviços funcionam por geolocalização, então, automaticamente você receberá estes alertas, sem a necessidade de instalar apps ou configurar seu aparelho, ok?

Os moradores da Flórida já estão bem acostumados com estes alertas mas os visitantes podem se assustar num primeiro momento e acabar não aproveitando a viagem como gostariam.

Como mencionei anteriormente, o que acaba acontecendo em Orlando são chuvas fortes que, muitas vezes, podem trazer quedas de árvores, bloqueio de vias e falta de energia em determinadas regiões. Por isso, é interessante você ter algum estoque de alimentos e água caso isto aconteça. Mas sem exageros, apenas para suprir alguns dias do período da sua estadia.

Caso esteja hospedado em um hotel, se informe na recepção e siga às orientações da equipe, que recebe treinamentos e está preparada para situações como esta.

Vale ressaltar que, caso haja risco de furacões na Flórida, não se assuste se der de cara com aeroportos cheios, filas e atrasos de voos, a possibilidade de evacuação de hotéis (se estes estiverem em áreas de risco como as regiões litorâneas), além de muitas filas em postos de gasolina e supermercados.

AS ESCALAS DOS FURACÕES

A escala usada para medir a intensidade dos furacões se chama Saffir-Simpson e herdou este nome do engenheiro Herbert Saffir e do meteorologista Robert Simpson que em 1969 desenvolveram uma tabela para facilitar a compreensão da gravidade do fenômeno e auxiliar os governos a se prepararem para diferentes cenários.

A escala é semelhante à Escala Richter – que categoriza a magnitude dos terremotos – e divide a intensidade dos furacões em cinco categorias, sendo a primeira que apresenta menor perigo e a última, o maior. Ela leva em consideração a velocidade dos ventos e a elevação do nível do mar. Veja:

Categoria 1 :Os ventos atingem velocidade de 119 e 153 km/h e as ondas podem aumentar até 1,5 metros acima do normal. Esta categoria não causa danos ou vítimas.

Categoria 2: Os ventos atingem velocidade de 154 e 177 km/h e as ondas podem chegar até 2,4 metros de altura. Nesta categoria, podem ser causados alguns danos, como quedas de árvores e falta de energia elétrica.

Categoria 3; Os ventos atingem velocidade de 178 a 209 km/h e as ondas podem chegar a 3,6 metros de altura. Nesta categoria, há alguns danos consideráveis, como possíveis inundações, principalmente em regiões costeiras.

Categoria 4: Os ventos atingem velocidades entre 210 e 249 km/h e as ondas ultrapassam 5 metros de altura. Nesta categoria, há danos extensos, inundações, quedas de árvores e a possibilidade de vítimas.

Categoria 5: Os ventos atingem velocidades que ultrapassam 250 km/h e as ondas atingem 6 metros de altura. É a categoria mais perigosa, que deixa uma grande devastação e mortos.